sábado, 12 de junho de 2010

PADRES QUE NÃO FAZEM MANCHETES



Cidade do Vaticano, 12 jun (RV) –
Roma se transformou nestes dias num cenáculo a céu aberto. Mais de 15 mil sacerdotes, provenientes dos 5 continentes, muitos com seus respectivos bispos, marcaram encontro junto aos túmulos de Pedro e Paulo, atendendo o convite de Bento XVI, para rezar, meditar e louvar a Deus pelo seu sacerdócio. A ocasião foi o encerramento do Ano Sacerdotal convocado pelo próprio Santo Padre em junho de 2009 nos 150 anos da morte de São João Maria Vianey, o Cura d’Ars.
Quinze mil padres, dos cinco continentes, de diferentes realidades eclesiais, concelebrando a Eucaristia ao redor do Sucessor de Pedro: sacerdotes jovens, de meia idade e anciãos, um encontro de presbíteros único na história, mas que talvez a mídia em geral não tenha visto. A cifra dos presentes representa não só a extensão geográfica do dom do sacerdócio no mundo, mas também a qualidade desses homens “chamados a deixar tudo por causa do Evangelho”, para serem, mesmo com a sua fraqueza, missionários, promotores da caridade, verdadeiros “salva-vidas” da dignidade humana, quando ferida pelo pecado ou pelas injustiças.
O mar de padres que invadiu as ruas de Roma, nesses últimos dias, não esteve nas manchetes dos principais jornais do mundo. Todavia, eles são uma amostra de outros milhares de presbíteros que pelo Brasil e pelo mundo afora, doam as suas vidas nas paróquias, nos confessionários, nas atividades de promoção humana, na missão educativa, no acompanhamento de famílias fragilizadas por diferentes mazelas.
As câmeras de muitas televisões não registraram, nem o serviço fotográfico de grandes jornais imortalizou o testemunho alegre e orante desses homens consagrados a Deus, no celibato, que passaram por Roma nesta semana. Por que? Talvez a cotidianidade desses homens de Deus não faz barulho, não chama a atenção, não provoca escândalos. O único escândalo é viver integralmente a sua vocação para o outro, num mundo cada vez mais individual e individualista. Eles são homens de carne e osso, que simplesmente desejam ser fiéis a Cristo e à sua Igreja, como outros tantos que compõem uma maioria “invisível”, mas eficazmente operante, que busca a graça de Deus, para corresponder ao chamado que arde em seu próprio peito: ser o amor do Coração de Jesus no mundo, como queria São João Maria Vianney e outros tantos que entraram na fileira dos mártires, dos santos e testemunhas incansáveis da caridade de Cristo.
Roma, cenáculo a céu aberto, e o desejo de que o Ano Sacerdotal jamais tenha fim, como disse o Prefeito da Congregação para o Clero, o Cardeal Dom Cláudio Hummes na vigília de oração na noite de quinta-feira. Um ano vivido na promoção e no compromisso de renovação para dar um forte e incisivo testemunho do Evangelho para o homem de hoje. (SP)


Radio Vaticano

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