quinta-feira, 24 de junho de 2010

Fé e Razão


Gostei bastante do do trecho do livro que estou lendo Os irmãos Karamazov, de Dostoiewsky. Me faz lembrar de uns dos debates que mais gosto de estudar sobre fé e razão, achei coveniente compartilhar com vocês.


Milagres nunca farão tergiversar um realista. Não são eles que levam a fé. O verdadeiro realista se não for religioso, encontrara sempre dentro de si a vontade e os argumentos bastantes para aceitar o milagre, mesmo que esse se levantar diante dele como um fato indiscutível , será mais fácil admitir uma ilusão dos sentidos, do que a existência desse fato. E se, entretanto chegar a aceitá-lo, dirá que se trata de um fenômeno muito natural, que ele muito simplesmente desconhecia. No realista, a fé não é uma conseqüência do milagre, mas sim o milagre é uma conseqüência da fé. Se um realista chegar a ponto de crer, o seu próprio realismo, o seu próprio realismo deve fazer-lhe aceitar o milagre. O apóstolo S. Tomé declarou que só acreditaria depois de ter visto. Quando viu, exclamou: “Meu senhor é meu Deus!” Seria o milagre que o obrigou a crer? ... O mais provável é pela negativa. Adquiriu essa fé por que a desejava, e é possível que lá bem no íntimo já fosse um crente, mesmo quando afirmou: “Não acredito, enquanto não vir”.

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